Ai de mim se não anunciar o evagenlho

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Carta MCC Brasil - Jan/2011

'Vi então um novo céu e uma nova terra. Pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe...' 'A morte não existirá mais, e não haverá mais luto, nem grito de dor, porque as coisas anteriores passaram...'. 'Aquele que está no trono disse: ‘Eis que faço novas todas as coisas'' (Ap 21, 1.4b.5).

Meus amados e amadas no 'Verbo que se fez carne e veio armar a sua tenda no meio de nós':

Uma citação do Apocalipse logo na primeira carta do ano? - poderia perguntar-se alguém. Mas o Apocalipse não é um livro de fim de mundo? De maus agouros? De ameaças, de castigos terríveis? De vinganças de um Deus-juiz implacável? Não. Pelo contrário. O que desejo mostrar com a citação desse texto está na síntese de um comentário final sobre o Apocalipse na Bíblia Sagrada, tradução da CNBB: 'A esperança e a perseverança. O olhar apocalíptico serve para abrir uma perspectiva de esperança, que nos dá força para perseverar no seguimento do Cordeiro. As cartas às igrejas terminam sempre: ‘o vencedor''. Miremos, então, ainda que sumariamente, mas com os olhos da fé, alguns dos momentos deste início de ano e o que pode nos esperar.

1. Momento de desafios. Muito apropriadamente, o Documento de Aparecida descreve e analisa os momentos de desafios e de mudanças pelos quais passa a sociedade contemporânea e, obviamente, também a Igreja: a globalização, o progresso vertiginoso da ciência e da tecnologia, a manipulação genética, o relativismo, a indiferença religiosa, a profunda crise da instituição familiar, etc.. Na impossibilidade de uma análise mais extensa, aconselho uma leitura mais atenta desse capítulo. Penso, até, que no decorrer desses breves quase quatro anos depois de Aparecida, alguns desses desafios já se agravaram, enquanto outros mais surgiram no horizonte da história. 'Como discípulos de Jesus Cristo, sentimo-nos desafiados a discernir os ‘sinais dos tempos' à luz do Espírito Santo, para nos colocar a serviço do Reino anunciado por Jesus, que veio para que todos tenham vida e para que a tenham em plenitude (Jo 10,10).'

2. Momento de renovação do compromisso missionário. Por isso, neste início de um novo ano, de uma nova etapa da história humana, de novo - discípulos de Jesus que nos dizemos - somos convidados a renovar o nosso compromisso missionário com Ele e com o Reino de Deus: 'Por esta razão, os cristãos precisam recomeçar a partir de Cristo, a partir da contemplação de quem nos revelou em seu mistério a plenitude do cumprimento da vocação humana e de seu sentido. Necessitamos nos fazer discípulos dóceis, para aprender dEle, em seu seguimento, a dignidade e a plenitude de vida. E necessitamos, ao mesmo tempo, que o zelo missionário nos consuma para levar ao coração da cultura de nosso tempo aquele sentido unitário e completo da vida humana que nem a ciência, nem a política, nem a economia nem os meios de comunicação poderão proporcionar'. Lembremos de que, logo no início do ano celebramos a festa da Epifania, isto é, da manifestação de Jesus-Homem à humanidade. A Epifania vem nos lembrar que - novos reis magos - somos enviados para gritar ao mundo, pela palavra e, sobretudo, pelo nosso testemunho de vida, que Jesus está vivo entre nós; vivo em cada pessoa; vivo no mundo; vivo nas realidades cotidianas; vivo nos acontecimentos de cada dia. E que, portanto, nós seus seguidores, devemos renovar, a cada instante da vida, custe o que custar, a nossa responsabilidade de discípulos missionários dEle.

3. Momento de esperança. É precisamente aqui que pode realizar-se a visão apocalíptica da esperança: a de 'um novo céu e de uma nova terra' com a promessa de Deus: 'Eis que faço novas todas as coisas'. Alimentar esperança não significa cruzar os braços e deixar acontecer. Alimentar esperança exige, também, a nossa participação no projeto de Deus para que, efetivamente, possam acontecer um 'novo céu e uma terra', na prática da justiça, da solidariedade e do perdão para construirmos juntos a UNIDADE e a PAZ! Nesta caminhada, Maria nos acompanha. Logo em seguida ao Natal, a Igreja nos propõe a celebração de Maria como Mãe. Durante todo o ano ela estará conosco, lembrando-nos a responsabilidade de irmãos de Jesus e, ao mesmo tempo, enchendo-nos de alegria. Sendo a Mãe do Verbo de Deus, da Palavra, que é o próprio Jesus, é ela, também, nossa Mãe. 'Mãe do Verbo e Mãe da alegria', lembra o Papa Bento XVI. Maria vai cumular-nos de alegria no seguimento missionário de Jesus.

Em nome do Grupo Executivo Nacional do MCC do Brasil e no meu próprio, a todos desejo um fecundo e muito missionário ano de 2011, último da preparação para o Jubileu de Ouro da presença do MCC no Brasil!

Até nosso próximo encontro através destas Cartas, despeço-me com meu abraço fraterno;

Pe. José Gilberto Beraldo
Equipe Sacerdotal Nacional