“Ai de mim, se eu não anunciar o
Evangelho”
(1Cor 9,6)
Após algum tempo sem
escrever, hoje senti um enorme desejo de colocar no papel aquilo que venho
sentindo e me inquietando. Como ser
Cristão no mundo de hoje?
A igreja vive um momento
propício de mudança e de conversão com as atitudes do Papa Francisco, mas vejo
muitas vezes uma igreja doente e sem forças para enfrentar esse desafio que nos
foi imposto por Jesus Cristo e que tem sido gritado e suplicado fortemente pelo
nosso Papa. Tronar-se uma Igreja em saída.
Na Alegria do Evangelho
encontramos as seguinte afirmações sobre a igreja “... é
preciso sair da própria comodidade e ter
a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do
evangelho... a igreja em saída é a comunidade de discípulos missionários que
primeireiam, que se envolvem, que acompanham, que frutificam e festeja”. Somos
chamados a missionariedade, a levar a palavra e a justiça de Deus a todas as
criaturas, mas ainda preferimos ficar fechados em nossos grupos, pastorais e
movimentos, defendo os nossos anseios e entendimentos.
Preferimos acalentar os
corações com palavras de conforto que faz chorar e emocionar, preferimos
defender ações que elevem o nosso nome e a nossa credibilidade, mas esquecemos
de Ser Cristão. “ Pai, ó Pai Nosso, quando é que esse mundo será nosso?” É
triste ver que essa canção é entoada com um sentimento de posse e de
individualismo, é triste ver a nossa igreja dividida, é triste ver pessoas se ofendendo
e causando a discórdia por defender o que quer, mas não o que Jesus Cristo
quer.
A
Igreja vive um clima de renovação. Mas, muitos leigos persistem em ações
internas à Igreja sem um empenho pela aplicação do Evangelho na transformação
da sociedade. Nós leigos somos
chamados a descobrir e alimentar uma espiritualidade apropriada à nossa
vocação, precisamos rejeitar a tentação de uma espiritualidade intimista e
individualista, para assumir uma espiritualidade da transformação, renovando a
nossa identidade no contato com a Palavra de Deus, na intimidade dos
Sacramentos, na oração e na ação.
O Cristão Comprometido
que nos é apresentado no Cursilho é aquele baseado em uma proposta
revolucionária, com homens e mulheres ousados, dispostos a transformar o mundo
com o seu testemunho, porque tem forças suficientes na graça de Deus,
mastigando os “freios” da pós modernidade, libertando-se dos cabrestos que nos
são impostos pela globalização e capitalismo, trilhando um caminho novo,
fazendo uma história nova, exatamente nas pegadas de Jesus de Nazaré.
Os Cristãos Comprometidos devem
pensar sempre como João Batista “É preciso que ele cresça e eu desapareça”.
Anunciar e falar somente de Jesus, ser apenas uma voz que clama no deserto, não
é suficiente, é necessário não colocar-se como exemplo a ser seguido, não
exaltar a sua espiritualidade e o seu trabalho missionário, para que as pessoas
o admirem. Não apresentar-se como pessoas de oração poderosa, diante da qual
Deus se curva para fazer a “sua” Vontade, infelizmente muitos dos nossos irmãos
preferem viver essa fantasiosa vida de cristão.
Deixemos para traz o
saudosismo de uma igreja tradicional e de uma igreja espiritualizada, vamos
juntos, unidos em busca da construção de uma igreja missionária, façamos do
nosso lema de cristão aquilo que nos foi dito pelo Papa Francisco, “Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e
enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e
a comodidade de se agarrar às próprias seguranças”.
Deixemos para traz o MCC das
idéias fundamentais e vamos em busca do novo pentecoste, assumindo a nossa
missionariedade, tomando a iniciativa, envolvendo-se, acompanhando,
frutificando e festejando como missionários as pequenas vitórias alcançadas a
cada dia.
Sejamos verdadeiros Cristãos
Comprometidos, para que parafraseando Paulo possamos dizer, “combati o bom
combate, continuarei na missão e guardarei a fé.
Dione Cedraz Araújo Freitas
Secretária do GED Serrinha
Bahia