Ai de mim se não anunciar o evagenlho

terça-feira, 5 de maio de 2015



“Com efeito, quando estávamos entre vós, demos esta regra: ‘Quem não quer trabalhar também não coma’.
Ora, temos ouvido falar que, entre vós, há alguns vivendo desordenadamente,
sem fazer nada, mas intrometendo-se em tudo.
A essas pessoas ordenamos e exortamos no Senhor Jesus Cristo
 que trabalhem tranquilamente e, assim, comam o seu próprio pão”. (2Ts 3, 10-12).

Caríssimos leitores e leitoras,

É possível que, ao se deparar com o texto paulino acima algum leitor o ache estranho ou, pelo menos, fora de lugar. Na realidade seu objetivo é motivar uma reflexão sobre uma realidade fundamental da vida humana que é o trabalho. E, por quê? Porque, ao celebrar no dia Primeiro de Maio o DIA DO TRABALHO, dele podemos encontrar algumas repercussões durante todo o mês. Sua repercussão encontra eco no dia a dia de cada homem, da cada mulher na luta cotidiana pela própria vida e pela vida dos seus e da própria sociedade.
       Desejo, pois, partilhar algumas ideias que já externei num artigo recente e que me parecem oportunas nesta ocasião na qual a Igreja propõe como modelo do trabalhador ninguém menos que o pai adotivo de Jesus, São José. São José Operário. Vamos partir de um tema abrangente para os que deixam iluminar suas vidas pela fé. Melhor, para os que querem ver a realidade com os olhos de Deus: o trabalho humano visto com os olhos de Deus. De fato, esta atitude convém aos que nEle creem e que com Seu projeto de amor querem modelar suas vidas.
Evidentemente, não é possível tratar aqui de todas as implicações sociais do trabalho e de suas consequências, a maioria das quais, de algum modo, experimentadas na própria pele por milhões de trabalhadores pelo mundo e – porque não? – aqui também no Brasil: injustiças, exploração e escravização de todos os tipos, desemprego cada vez mais acentuado, salários ainda que legais, mais absolutamente injustos e indignos, desrespeito à pessoa gerando revolta e, muitas vezes, até violência, etc..

1. Trabalho e projeto de Deus na Bíblia. Ao entregar a terra às suas primeiras criaturas humanas, o Senhor deu-lhes o poder de submetê-la (cf. Gn 3,28). É o primeiro indício da lei do trabalho. Entretanto, na raiz do peso do trabalho estão a ingratidão e a desobediência dos nossos primeiros pais. Mas é nessa mesma raiz que vamos encontrar o projeto de Deus para suas criaturas: “Comerás o pão com o suor do teu rosto, até voltares ao solo do qual foste tirado” (Gn 3, 19. Assim, percorrendo o Antigo Testamento deparamo-nos com inúmeros textos referentes ao trabalho humano, ao seu peso, mas, também, à sua dignidade e ao seu valor.  A construção do Templo de Javé, em Jerusalém, das Sinagogas, o apascentar as ovelhas nos campos e montanhas, o cultivo da terra para que produza frutos para sustento das comunidades, etc.. Tudo enobrece o trabalho do povo eleito e Deus o acompanha e encoraja enviando o tempo favorável para colheitas abundantes e suficientes para todo o povo.
2. Jesus, operário como seu pai adotivo, São José: “Não é ele o filho do carpinteiro?” (Mt 12,55; cf. Mc 6,3). Apessoa e o testemunho de vida de Jesus, sobretudo nos seus primeiros trinta anos, santificaram o trabalho de suas mãos. Além do conhecido trabalho diário em Nazaré, supõem alguns historiadores que no tempo de Jesus, devido à construção, na Palestina, de uma cidade gigantesca chamada Séphora, recrutava-se mão de obra de todas as partes e que José e Jesus também teriam ali trabalhado por algum tempo.  Seria, mais ou menos, como na construção da nossa Brasília, para onde afluíam operários recrutados de todos os cantos do país – os famosos candangos. Jesus e José poderiam ter sido como “candangos” do seu tempo. O fundamental para nós é que, trabalhando arduamente na sua carpintaria ao lado seu pai adotivo, Jesus santificou o trabalho, dele fazendo não apenas uma obrigação imprescindível para o sustento da família mas, sobretudo, um precioso meio de santificação e de testemunho de solidariedade.

3. O trabalho nos Documentos do Magistério da Igreja. Além de outros documentos, dois sobressaem pela importância e pelas orientações pastorais neles contidas. O primeiro é a Encíclica RERUM NOVARUM SOBRE A CONDIÇÃO DOS OPERÁRIOS, do Papa Leão XIII, de 15 de Maio de 1891, na qual o Papa manifesta sua preocupação tanto com as condições dos operários tratados quase como escravos como com as opressoras condições de trabalho a que eram obrigados para sobreviver, saindo de uma cultura agrícola para uma cultura totalmente nova, a da conhecida Revolução Industrial. O segundo Documento, tão importante quanto o primeiro - ou, quem sabe, até mais por sua atualidade - é a Encíclica LABOREM EXERCENS SOBRE O TRABALHO HUMANO NO 90º. ANIVERSÁRIO DA RERUM NOVARUM, do Papa São João Paulo II, de 14 de Setembro de 1981. Como motivação para a leitura de toda esta importante encíclica, reproduzo sua introdução: “É MEDIANTE O TRABALHO que o homem deve procurar-se o pão quotidiano e contribuir para o progresso contínuo das ciências e da técnica, e sobretudo para a incessante elevação cultural e moral da sociedade, na qual vive em comunidade com os próprios irmãos. E com a palavra trabalho é indicada toda a atividade realizada pelo mesmo homem, tanto manual como intelectual, independentemente das suas características e das circunstâncias, quer dizer toda a atividade humana que se pode e deve reconhecer como trabalho, no meio de toda aquela riqueza de atividades para as quais o homem tem capacidade e está predisposto pela própria natureza, em virtude da sua humanidade. Feito à imagem e semelhança do mesmo Deus no universo visível e nele estabelecido para que dominasse a terra, o homem, por isso mesmo, desde o princípio é chamado ao trabalho. O trabalho é uma das características que distinguem o homem do resto das criaturas, cuja atividade, relacionada com a manutenção da própria vida, não se pode chamar trabalho; somente o homem tem capacidade para o trabalho e somente o homem o realiza preenchendo ao mesmo tempo com ele a sua existência sobre a terra. Assim, o trabalho comporta em si uma marca particular do homem e da humanidade, a marca de uma pessoa que opera numa comunidade de pessoas; e uma tal marca determina a qualificação interior do mesmo trabalho e, em certo sentido, constitui a sua própria natureza”. Ambas as encíclicas são orientadoras originais da Doutrina Social da Igreja, sobre a qual e com frequência, tratam alguns importantes documentos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB.


 4. Dia 1º. De Maio, Dia de São José Operário. Visando a imprimir um sentido mais evangélico e cristão ao Dia do Trabalho e a despertar a consciência da dignidade do trabalhador, a Igreja preocupou-se em dar a esse dia a oportunidade de uma reflexão e de um conteúdo mais elevado, apresentando o modelo de operário na pessoa de São José. Pio XII o declarou patrono dos trabalhadores e o Papa São João XXIII declarou São José patrono da Igreja. É assim que, no mesmo dia 1º. de Maio a Igreja Católica celebra o Dia de São José Operário.   Estas sábias iniciativas lembram que o trabalho não deve ser tratado, apenas, como um necessário e justo meio de sobrevivência ou, ainda, de mera acumulação de bens em detrimento de tantos milhões de empobrecidos ou somente como realização pessoal e profissional, mas, sobretudo, como meio de santificação e como instrumento de construção de uma sociedade mais justa e mais solidária.  
Oração: São José Operário, rogai por todos os operários deste nosso Brasil: pelos empregados e pelos milhões de desempregados; pelos injustiçados e pelos empobrecidos pelo salário indigno bem como por suas famílias e dependentes. E iluminai os empresários e empregadores para que se deixem conduzir pelos valores do Evangelho e não pela tentação da exploração da mão de obra de seus irmãos ou pela tentação do lucro fácil à custa do suor e das lágrimas de tantos!

5. Maio, mês mariano. Maria, a serva do Senhor. Maria, a Mãe do Filho de Deus encarnado. Maria, a bendita entre todas as mulheres. Maria, a sofredora ao pé da cruz, deixando que, por amor, uma espada lhe atravessasse o coração. Maria, a servidora da santa Família. Maria, a dona de casa perfeita: lavar, cozinhar, limpar, entregar-se ao serviço do Reino... Maria, exemplo de solidariedade na visita à sua prima Isabel. Maria, Mãe de Deus, Mãe da Igreja, nossa Mãe: rogai por nós!
Com meu carinhoso abraço, irmão e amigo,

Pe.José Gilberto BERALDO
Equipe Sacerdotal GEN

sábado, 25 de abril de 2015

“Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho”
                                                             (1Cor 9,6)

Após algum tempo sem escrever, hoje senti um enorme desejo de colocar no papel aquilo que venho sentindo e me inquietando. Como ser Cristão no mundo de hoje?
A igreja vive um momento propício de mudança e de conversão com as atitudes do Papa Francisco, mas vejo muitas vezes uma igreja doente e sem forças para enfrentar esse desafio que nos foi imposto por Jesus Cristo e que tem sido gritado e suplicado fortemente pelo nosso Papa. Tronar-se uma Igreja em saída.
Na Alegria do Evangelho encontramos as seguinte afirmações sobre a igreja  “... é preciso sair da própria comodidade e ter  a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do evangelho... a igreja em saída é a comunidade de discípulos missionários que primeireiam, que se envolvem, que acompanham, que frutificam e festeja”. Somos chamados a missionariedade, a levar a palavra e a justiça de Deus a todas as criaturas, mas ainda preferimos ficar fechados em nossos grupos, pastorais e movimentos, defendo os nossos anseios e entendimentos.
Preferimos acalentar os corações com palavras de conforto que faz chorar e emocionar, preferimos defender ações que elevem o nosso nome e a nossa credibilidade, mas esquecemos de Ser Cristão. “ Pai, ó Pai Nosso, quando é que esse mundo será nosso?” É triste ver que essa canção é entoada com um sentimento de posse e de individualismo, é triste ver a nossa igreja dividida, é triste ver pessoas se ofendendo e causando a discórdia por defender o que quer, mas não o que Jesus Cristo quer.
A Igreja vive um clima de renovação. Mas, muitos leigos persistem em ações internas à Igreja sem um empenho pela aplicação do Evangelho na transformação da sociedade. Nós leigos somos chamados a descobrir e alimentar uma espiritualidade apropriada à nossa vocação, precisamos rejeitar a tentação de uma espiritualidade intimista e individualista, para assumir uma espiritualidade da transformação, renovando a nossa identidade no contato com a Palavra de Deus, na intimidade dos Sacramentos, na oração e na ação.
O Cristão Comprometido que nos é apresentado no Cursilho é aquele baseado em uma proposta revolucionária, com homens e mulheres ousados, dispostos a transformar o mundo com o seu testemunho, porque tem forças suficientes na graça de Deus, mastigando os “freios” da pós modernidade, libertando-se dos cabrestos que nos são impostos pela globalização e capitalismo, trilhando um caminho novo, fazendo uma história nova, exatamente nas pegadas de Jesus de Nazaré.
Os Cristãos Comprometidos devem pensar sempre como João Batista “É preciso que ele cresça e eu desapareça”. Anunciar e falar somente de Jesus, ser apenas uma voz que clama no deserto, não é suficiente, é necessário não colocar-se como exemplo a ser seguido, não exaltar a sua espiritualidade e o seu trabalho missionário, para que as pessoas o admirem. Não apresentar-se como pessoas de oração poderosa, diante da qual Deus se curva para fazer a “sua” Vontade, infelizmente muitos dos nossos irmãos preferem viver essa fantasiosa vida de cristão.
Deixemos para traz o saudosismo de uma igreja tradicional e de uma igreja espiritualizada, vamos juntos, unidos em busca da construção de uma igreja missionária, façamos do nosso lema de cristão aquilo que nos foi dito pelo Papa Francisco, “Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças”.
Deixemos para traz o MCC das idéias fundamentais e vamos em busca do novo pentecoste, assumindo a nossa missionariedade, tomando a iniciativa, envolvendo-se, acompanhando, frutificando e festejando como missionários as pequenas vitórias alcançadas a cada dia.
Sejamos verdadeiros Cristãos Comprometidos, para que parafraseando Paulo possamos dizer, “combati o bom combate, continuarei na missão e guardarei a fé.

Dione Cedraz Araújo Freitas
Secretária do GED Serrinha Bahia


segunda-feira, 20 de abril de 2015

GED SERRINHA REALIZA 1ª ASSEMBLEIA 2015


O Grupo Executivo Diocesano do Movimento de Cursilhos da Diocese de Serrinha, realizou ontem 19 sua primeira assembleia do ano, contando com cerca de 100 participantes a assembleia teve a presença dos representes do Grupo Executivo Regional do Nordeste III BA/SE, Adelvan e Aguinaldo. Foi feito um estudo sobre a missão dos cristãos na Igreja.
Na oportunidade foi apresentado os coordenadores para os cursilhos que serão realizados em setembro deste ano, irão coordenar Claudio Batista ( claudinho) de Coité e Suely de Nova Fátima.