sábado, 25 de abril de 2015

“Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho”
                                                             (1Cor 9,6)

Após algum tempo sem escrever, hoje senti um enorme desejo de colocar no papel aquilo que venho sentindo e me inquietando. Como ser Cristão no mundo de hoje?
A igreja vive um momento propício de mudança e de conversão com as atitudes do Papa Francisco, mas vejo muitas vezes uma igreja doente e sem forças para enfrentar esse desafio que nos foi imposto por Jesus Cristo e que tem sido gritado e suplicado fortemente pelo nosso Papa. Tronar-se uma Igreja em saída.
Na Alegria do Evangelho encontramos as seguinte afirmações sobre a igreja  “... é preciso sair da própria comodidade e ter  a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do evangelho... a igreja em saída é a comunidade de discípulos missionários que primeireiam, que se envolvem, que acompanham, que frutificam e festeja”. Somos chamados a missionariedade, a levar a palavra e a justiça de Deus a todas as criaturas, mas ainda preferimos ficar fechados em nossos grupos, pastorais e movimentos, defendo os nossos anseios e entendimentos.
Preferimos acalentar os corações com palavras de conforto que faz chorar e emocionar, preferimos defender ações que elevem o nosso nome e a nossa credibilidade, mas esquecemos de Ser Cristão. “ Pai, ó Pai Nosso, quando é que esse mundo será nosso?” É triste ver que essa canção é entoada com um sentimento de posse e de individualismo, é triste ver a nossa igreja dividida, é triste ver pessoas se ofendendo e causando a discórdia por defender o que quer, mas não o que Jesus Cristo quer.
A Igreja vive um clima de renovação. Mas, muitos leigos persistem em ações internas à Igreja sem um empenho pela aplicação do Evangelho na transformação da sociedade. Nós leigos somos chamados a descobrir e alimentar uma espiritualidade apropriada à nossa vocação, precisamos rejeitar a tentação de uma espiritualidade intimista e individualista, para assumir uma espiritualidade da transformação, renovando a nossa identidade no contato com a Palavra de Deus, na intimidade dos Sacramentos, na oração e na ação.
O Cristão Comprometido que nos é apresentado no Cursilho é aquele baseado em uma proposta revolucionária, com homens e mulheres ousados, dispostos a transformar o mundo com o seu testemunho, porque tem forças suficientes na graça de Deus, mastigando os “freios” da pós modernidade, libertando-se dos cabrestos que nos são impostos pela globalização e capitalismo, trilhando um caminho novo, fazendo uma história nova, exatamente nas pegadas de Jesus de Nazaré.
Os Cristãos Comprometidos devem pensar sempre como João Batista “É preciso que ele cresça e eu desapareça”. Anunciar e falar somente de Jesus, ser apenas uma voz que clama no deserto, não é suficiente, é necessário não colocar-se como exemplo a ser seguido, não exaltar a sua espiritualidade e o seu trabalho missionário, para que as pessoas o admirem. Não apresentar-se como pessoas de oração poderosa, diante da qual Deus se curva para fazer a “sua” Vontade, infelizmente muitos dos nossos irmãos preferem viver essa fantasiosa vida de cristão.
Deixemos para traz o saudosismo de uma igreja tradicional e de uma igreja espiritualizada, vamos juntos, unidos em busca da construção de uma igreja missionária, façamos do nosso lema de cristão aquilo que nos foi dito pelo Papa Francisco, “Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças”.
Deixemos para traz o MCC das idéias fundamentais e vamos em busca do novo pentecoste, assumindo a nossa missionariedade, tomando a iniciativa, envolvendo-se, acompanhando, frutificando e festejando como missionários as pequenas vitórias alcançadas a cada dia.
Sejamos verdadeiros Cristãos Comprometidos, para que parafraseando Paulo possamos dizer, “combati o bom combate, continuarei na missão e guardarei a fé.

Dione Cedraz Araújo Freitas
Secretária do GED Serrinha Bahia


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